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sábado, 13 de julho de 2013

Os fins justificam os fins


Os assassinos das suas mulheres recebem uma compreensão que é negada aos suicidas. O laço emocional,  a raiva, até a violência , parecem explicar.  Conferem, pelo menos, terra ao vaso. O suicida fica sempre sozinho na sua desistência, na sua cobardia, dizem alguns. Comparação bizarra esta? Nem tanto. Em ambos os casos a mesma doutrina: os fins justificam os fins.
Jacquemort, o psiquiatra com laivos de obstetra do L'Arrache Coeur, conclui, a certa altura, diante da paixão que Clémentine tem pelos filhos, que gostaria de poder sentir uma, mas, à falta de melhor, pode sempre  ir observando.
Quando matamos o  nosso amor e  quando nos matamos ( muitas vezes dois em  um) também observamos. O quê? Como seria a vida se tivéssemos uma.

3 comentários:

  1. Se eu não fosse, além de preguiçosa, totalmente contra prémios, medalhas e afins, oferecia-lhe uma dessas, desenhada e feita pelas minhas mãos (creio que tentaria as técnicas do papier-mâché), mas eu ainda considero que, depois de um prémio, uma medalha e afins, o que sobra é pouco mais de nada e aquilo que o Filipe vai por aqui fazendo é melhor que muito daquilo a que assisto lá fora.

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  2. Alexandra,
    na tropa fui o único oficial da minha incorporação que na unidade não recebeu louvor.Ou melhor, recebi um: fui o único que os praças convidaram para os copos da peluda.

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  3. Desculpe-me sequestrar os comentários, mas esse louvor vale por todos os outros.

    Ouvi centenas de vezes o meu pai, ex-militar, praça na Força Aérea contar a seguinte cena:

    Passou por um Capitão, novo naquela unidade, e atirou-lhe um cumprimento:
    - Bom dia, chefe!
    - Bom dia chefe? Ó nosso Cabo, na recruta não lhe ensinaram a cumprimentar um oficial?
    Tacão contra tacão. Continência firme.
    - Sr. Capitão, enquanto lhe faço este continência, posso estar e pensar as coisas mais horríveis da senhora sua mãe. Enquanto lhe atiro um sorrindente "Bom dia Chefe!" estou unicamente a desejar-lhe um óptimo dia de trabalho!
    - Tem razão, esqueça o que eu disse. Bom dia para si também.

    Haverá maldade entre homens que partilham uns copos? Duvido.

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