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domingo, 24 de novembro de 2013

Desespero

Na longa lista de Petrarca  não há uma categoria especificamente dedicada ao desespero. Julgava conhecer o manual de cor e eis  quando reparo que, numa das consultas,  o Mestre  responde a quem se queixa do ruído e dos modos dos  cães do vizinho. Explica ele : Quem aprende  a suportar os incómodos causados pelas pessoas  não temerá os provocados pelos cães. Estes serão sempre menos  numerosos, menos ferozes e menos enraivecidos do que aquelas.
O desespero é das emoções mais difíceis  de gerir numa terapia ou em aconselhamento. A pessoa está pouco receptiva à racionalização, está defensiva, é, digamos, um gato eriçado. Diante de um cão. Seja pela falta de dinheiro ( Petrarca  tem  a teoria da Troika sobre a pobreza: deixa-a entrar e serás virtuoso), pelo abandono amoroso, pela doença ou pelo luto.
Costumo, depois dos preliminares ( empatia, escuta, fuzilamento de lugares comuns), ir por um caminho que  aprendi comigo e com outros desperados: põe ao lado do  que o desespero te tirou,  tudo o que ele ainda te pode  tirar.

10 comentários:

  1. Conte lá das axeitonas, Filipe. Este texto tem tantos erros ortográficos que uma pessoa fica sem a+peritivos para o resto do ano.

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    1. saiu o texto não editado ( eram gralhas óbias, não erros caramba)não sei como.
      Já substitui
      Azeitonas? Só no prato, Alexandra.

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    2. Tem toda a razão, excepto nisto: azeitonas, só em taças, para ir petiscando com a conversa. Por aqui há quem as tempere com murta, uma originalidade que, além de saborosa, confere ao frasco grande beleza.

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    3. sobre os erros: filipe, ensino-te o «abc»? ensino, pois então! ;-) escreve primeiro o texto em «word». corriges o que há a corrigir e depois fazes «copy» seguido de «paste» no painel de escrita do blogue. é mais difícil varejar azeitona e vergar-se a apanhá-la ;-) abraço e desculpa lá o paternalismo informático ;-)
      zé serra

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    4. ehehhehe..não é isso. explico:
      escrevo sempre tudo ( o slivros, os artigos, os posts) em roda livre na parte mecãnica. Ou seja, só estou atento ao estilo e à sintaxe. Como num teclado cego.
      depois às vezes esqueço-me de corrigir a velocidade. Daí as palavras truncadas, os espaços etc.

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  2. Boa malha, Filipe. Para ilustrar a jogada e se o Filipe me permite, sugiro um filme dos irmãos Coen, "Um homem sério".

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  3. Já que se fala em filmes, esta posta do Filipe faz-me lembrar uma cena do filme Clockwise com o John Cleese em que este afirma It's not the despair, Laura, I can stand the despair; it's the hope.".

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  4. Quando não gostas de nenhum dos teus contextos e te sentes morto por dentro e não podes atirar a toalha ao chão porque tens responsabilidades: é assim que eu o sinto, ao desespero.

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  5. Nunca senti, em mim ou nos outros, esse desespero de que fala. Ou seria falta de atenção… Mas lembro-me sempre, ainda hoje, da importância do exercício de relativização, que não sei se é parente afastado do seu e dos outros "desperados". E várias vezes disse, com a sinceridade que me era possível: "à minha maneira tive sorte, porque gente houve que passou o que eu passei e não tinha fé, rede social de apoio, sentido para a vida, conforto económico, família estruturada."

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