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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sem culpa


Insisto na geração comprometida: os cinquentas, sem técnica, sem futuro, susbsídio a acabar. O que se diz a esta gente? Têm aqui um bom resumo do bico de obra.
É esmagador ter de excisar o sentimento de culpa de pesoas que não a têm.  Quem faz psicoterapia está habituado a lidar com a culpa e eu já dei para o peditório da judaico-cristã, porque os meus antigos ensinaram-me  que não foi preciso Cristo ( nem Sócrates) e ela não é um sentimento descartável em si. Acontece que, como nos filmes de terror, tem de existir um mínimo de verosimilidade.
Mal comparado, é como o luto grosso com  a diferença de que o morto pode, se os deuses estiverem para aí virados, ressuscitar. Às vezes um amigo arranja um biscate, às vezes há um pedaço de horta, às vezes há um trabalho sujo que precisa de mãos. A maior parte das vezes não há nada, excepto o café, a televisão e uma raiva imorredoira.  É o swap possível: a culpa pelo punhal.
Melhor que os psicólogos ou os jornalistas, Benjamin ( outro meu herói) descreve o cenário: O carácter destrutivo só conhece um lema: criar espaço; apenas uma actividade: esvaziar.

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