email para contactos:
depressaocolectiva@gmail.com

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A discussão sobre o amor


Aqui, no post com  a frase de Schopenhauer, foi muito boa. Sobretudo porque, no início, não era sobre o amor: era sobre o casamento.
As tretas do contrato, do droit  du seigneur, da prostituição conjugal  ( tenho cá um livro com esse título, é de chupeta) e afins, dizem-me pouco. O recuo da religião, que apoiava o lado  patrimonial  do laço ( Engels), acabou com o folclore. A emancipação feminina, a luta LGBT  e o resto da  mobilização infinita ( Sloterdijk) em breve permitirão contratos a três ou mais. 
 Passo a vida enfiado na vida das pessoas, já aprendi que os antropóides humanos  só a custo subjugam os instintos. Conto aqui a história da mulher casada  que  tinha um affair há anos e mesmo assim andava  toda contente a fazer a casa nova para ir morar com os filhos e com o ...marido. A nossa condição de perseguidores da felicidade obriga-nos a forrajear sem descanso.
Para mim, o casamento é simples. Para os outros é o que quiserem.


6 comentários:

  1. "A nossa condição de perseguidores da felicidade"

    Uma vez tive aulinhas de Ciência Política que começaram e terminaram com testes sobre conceitos 'básicos'. Fui disparada para essas aulas quando li este pedaço do teu texto. Regressei feliz (ao texto) por perceber, uma vez mais, que não persigo coisa nenhuma que se pareça com conceitos 'básicos' :)

    ResponderEliminar
  2. E sera possivel abordar (inconscientemente) o amor (e, tambem por isso, recear o casamento) como o Mourinho aborda as conquistas, ou seja, nunca festejar (ou festejar depressa) uma conquista por estar ja a pensar na proxima?

    ResponderEliminar
  3. O casamento, tal com todas as instituições e conceitos na sociedade de massas, está subordinado à propaganda sociológica e ao poder da biopolítica.

    Não se trata de ter uma "opinião" sobre o mesmo, porque basta apreciar o impacto da "mulher barbuda", para percebermos que a Europa enfrenta uma barragem de lavagem ao cérebro, tão ou mais demolidora do que a Revolução Cultural de Mao (isto daria pano para Todas as lojas da Zara).

    A destruição do que resta de sanidade mental é uma tarefa central das agencias de propaganda da CE.

    Portanto o casamento é apenas um elemento que se costumava associar à família, mas esta deixou de ser útil ao sistema, logo não vale nada numa perspectiva de consumo de produtos descartáveis...

    ResponderEliminar
  4. Amor/Casamento/Fidelidade conjugal/Procriação
    Creio que se resume tudo a instinto de sobrevivência-continuação da espécie. Se verificarmos bem nos outros grupos animais (por exemplo um não mamífero - o das aves) encontramos várias formas de organização ou associação reprodutora/familiar/emocional cujo último objectivo é deixar descendência. O que parece ser exclusivamente humano é o desejo racional de não deixar descendência, de contrariar o instinto natural. No resto não somos muito diferentes dos outros seres vivos.
    Maria
    PS: e não me venham dizer que uma ave não é capaz de sentir emoções pois conheci uma galinha da índia que deixou de se alimentar e consequentemente morreu à fome, depois do desaparecimento do galo que foi 'eliminado' pelo cão do vizinho. Foram oferecidos ainda jovens a uma familiar e andavam livres durante o dia e só ao sol posto recolhiam à capoeira onde eram os únicos ocupantes. Tinham quase dez anos de idade.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.