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terça-feira, 27 de maio de 2014

Senta-aqui-enrosca-ali


É uma emoção muito animal e muito humana. Quando observamos  ao vivo os bichos, ou lemos/vemos sobre os  costumes dos  que não podemos observar, notamos que o contacto físico  joga um papel  crucial. Às vezes há mal-entendidos. As pessoas julgam que o cão dá pata a pedir festinhas. Não:  o cão põe-nos a pata em cima, é um acto de dominação. O amável  sexo entre os pais ( ou terceiros) presenciado por uma criança pode parecer violento ( às vezes até é...).
Um tipo que gosta de uma rapariga e a namora, põe um bracinho por cima, dá-lhe mão, toca-lhe na face etc. Um tipo que quer violar uma mulher segue-a à saída do bar , agarra-lhe nos braços, empurra-a e puxa-lhe os cabelos ( encontram aqui velhos conhecidos como o Dunbar). O toque  humano ( com ou sem oxitocina) destina-se  a tranquilizar. Já sei o que estão a pensar: Então e o pedófilo velhaco que acaricia as crianças? Por estranho que pareça, a intenção é a mesma.
Mesmo em casas despassaradas,  com horários desencontrados e muita pressa, tem de haver tempo para um senta-aqui-enrosca-ali. Como dizia o Bioy  Casares, a intimidade é comentar o mundo. Por exemplo, um pedaço de telejornal tardio com as pernas dela em cima das nossas ou, no caso dos petizes, adormecer ao lado  deles a ouvir fofocas da escola.

2 comentários:

  1. "Como dizia o Bioy Casares, a intimidade é comentar o mundo. Por exemplo, um pedaço de telejornal tardio com as pernas dela em cima das nossas ou, no caso dos petizes, adormecer ao lado deles a ouvir fofocas da escola."


    yeah, nothing further to say on this matter.

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  2. Incrivel a concordar totalmente com a alexandra g...;)
    Yeah, nothing further to say on this matter.

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