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domingo, 30 de agosto de 2015

Um leitor, aí em baixo, no penúltimo post:

"Sou técnico de emprego. Atendo semanalmente muitas mulheres que se sentam à minha frente com vontade de repor a vida nos carris.
Gosto de mulheres.
Quando a crise chega – o desemprego, a doença, o que for – eles são os que bazam. E o mais espantoso é que, mais das vezes, uma paixoneta e rabo de saia é mais do que suficiente para legitimar a cobardia e falta de responsabilidades. E se não têm isso, tudo lhes serve para fundamentar o alargar da pança e arrastar de chinelos em calções a mostrar os grafitis e arneis com que reconstroem a identidade.
Elas, que há meia dúzia de anos arrasavam enquanto procuravam emprego “na minha área” no pst-licenciatura, sentam-se agora, de costas direitas, olhando de frente. Bem arranjadas, com roupa que se vê ser do chinês, deixam ver as fotos dos filhotes enquanto puxam pelo cartão de cidadão.
Há na vidas destas pessoas um clique, um passe de mágica, na curva de uma vida que deixa atrás uma felicidade de gangas de marca, madeixas e curtes, e faz ver pela frente uma montanha de Sísifo que enfrentam sem pedantismo nem heroísmo.
Não sei bem de onde é que sacam os créditos de dignidade com que levantam a cabeça.
Não será à “família”, à “escola” ou à televisão. Até pode ser a tudo.
Mas tenho para mim que é aos filhos .
Os filhos são das mães".

4 comentários:

  1. pois é. tenho andado por aqui a fingir que este blog não é para mim...não sei o que se passa com as outras (e outros), mas ai se não fossem as filhas...

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